quinta-feira, 17 de março de 2005

Camilo de Castelo Branco (1825-1890)

Ontem, por motivos de trabalho, não me foi possível assinalar os 180 anos do nascimento de Camilo de Castelo Branco (16-03-1825), uma das figuras de proa da segund ageração romântica. Um dos nossos maior romancistas, ou melhor novelista (e também contista), conhecido pela sua prosa, também experimentou outros géneros literários, como a poesia ou o teatro, para além da crítica e história literária, o jornalismo, por exemplo.

Não quero aqui, fazer qualquer estudo sobre a obra de Camilo, apenas assinalar, a data do seu nascimento através de um exemplo poético da sua obra, porque penso que esta faceta de Camilo é largamenbte desconhecida da maior parte das pessoas. É certo que não se pode comparar com a sua fcate de prosador, mas mesmo assim tem o seu interesse, mantendo, por exemplo, a ironia que o caracterizou.

Os meus amigos

Amigos cento e dez e talvez mais
Eu já vos contei! Vaidades que eu sentia!
Pensei que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais.

Amigos cento e dez, tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia,
Que eu já farto de os ver, me escapulia,
Às suas curvaturas vertebrais.

Um dia adoeci profundamente,
Ceguei. Dos cento e dez, houve um somente
Que não desfez os laços quase rotos.

Que vamos nós (diziam) lá fazer?
se ele está cego, não nos pode ver...
Que cento e nove impávidos marotos!



1 comentário:

António Viriato disse...

Boa iniciativa, essa de comemorar efemérides dos nossos maiores escritores. Este, por sinal, é mesmo um deles. Escritor que se fixou no Norte, apesar de nascido em Lisboa. Escolheu quase sempre, para cenário dos seus romances, a zona compreendida entre o Douro e o Minho. Ao contrário, Eça, nascido no Norte, na Póvoa de Varzim, pouco escreveu sobre esta região do País, com excepção de Tormes, na Cidade e as Serras, mas muito sobre Lisboa. Contrastes curiosos de dois dos maiores escritores da nossa Literatura.