sexta-feira, 28 de janeiro de 2005

Carlos Magno

Faz hoje 1191 anos que morreu Carlos Magno, Imperador dos Francos. Foi a 28 de Janeiro de 814. Antes de continuar a série de artigos intitulados "Humanae Litterae", aproveito esta data para, tendo eu mencionado parte II o chamado Renascimento Carolíngio, apresentar uma passagem da Vita Karoli Magni de Einhard (770-840), biógrafo de Carlos Magnos, representando, é claro que num registo elogioso, o esforço que um rei, da Alta Idade Média, fez para se elevar a um nível superior ao da sua época (minha tradução):

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[Carlos Magno] tinha o dom de uma eloquência extraordinária e conseguia exprimir claramente fosse o que fosse. Não satisfeito com o domínio da língua materna, aprendeu também línguas estrangeiras, em particular o Latim de tal modo que o falava tão bem como a sua língua materna, no entanto era capaz de compreender melhor o Grego do que o falava. Na verdade, era tão eloquente que poderia passar por professor de eloquência.

Cultivou com extrema aplicação as artes liberais, tendo os seus professores em grande estima, cumulando-os com grandes honras. Na aprendizagem da gramática foi díscipulo do idoso diácono Pedro de Pisa, nas demais disciplinas teve como mestre Albino de Britânia, com o cognome de Alcuíno, um homem de origem saxónica, homem em todos os aspectos douto, com o qual dedicou muito tempo e esforço ao estudo da retórica, dialéctica, e principalmente astronomia. Aprendia aritmética e observou, ávido de saber, com uma atenção penetrante, o movimento dos astros.

Tentou escrever e costumava manter tabuinhas e placas na cama sob o travesseiro, para que nas horas livres pudesse habituar a mão a formar as letras; no entanto, teve pouco sucesso pois começou os seus esforços fora da idade apropriada, em idade avançada.

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